sábado, 11 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma coleção de cirurgias

Foto: Marina em procedimento cirúrgico, dia 22.09.2010

   Um é pouco, dois é bom, três é demais? Pra Marina, não mesmo. Foram 4 cirurgias até que terminássemos a maratona de procedimentos cirúrgicos.
  Dia 08 de setembro, já pertinho dos 4 meses, começamos pelo olhinho esquerdo. A solução para ela, em razão da catarata, era retirar o cristalino de ambos os olhos, porque estavam manchados e impediam a passagem de luz. 
  A idéia da cirurgia era a de liberar o campo visual, para que o cérebro,  responsável pelo armazenamento das imagens captadas pelo olho, fosse perfeitamente estimulado.
  Deu tudo certo, com alguma tensão minha e do pai dela por conta da aparência horrorosa que ficou em nossa amadinha. Imagina só olhar pra tua filha e ter a sensação de que ela foi esmurrada?
 Esperamos pacientemente por alguns dias até que passasse aquele vermelhão dentro do olhinho e o inchaço da pálpebra, torcendo pra que os medicamentos cumprissem o papel esperado, ou seja, controlar a inflamação e evitar a temida infecção.
 Com tudo certo, partimos para a cirurgia do olho direito, dia 22 de setembro (foto). Reprise daqueles dias preocupados, daquele inchaço que a gente só vê em olho de boxeador golpeado, daquela expectativa de que a Marina se recuperasse rápido.
 Mais uma vez, nossa pequena Marina mostrou a força que tinha. Com certeza  fui eu e o pai dela que sofremos mais, apavorados com todos os riscos que envolviam as cirurgias e o pós-cirúrgico. Ela, pelo contrário, sempre mantinha a carinha de paisagem...
 E depois de um mês, numa das consultas de revisão com a oftalmologista, nossa pequena Marina nos surpreendeu com algo que eu já não esperava mais: uma nova catarata. 
  Mas como? Depois de tanto tempo? Sim, era possível, e estava cotado dentre os riscos do pós-cirúrgico, que é conhecido no meio médico como catarata secundária (basicamente significa ter um nova mancha em outra parte do olho). No caso da Marina, a cápsula posterior do olho direito (a "bolsinha" que  deve guardar o cristalino) se amarrotou toda e por isso virou uma mancha no campo de visão. 
  Era dia 17 de novembro. A corajosa Marina foi-se mais uma vez para o bloco cirúrgico, mais fortinha que antes, porque já tinha 6 meses. Todos do hospital receberam-na carinhosamente, como se fosse uma velha conhecida. 
  E assim, como se a gente estivesse fazendo uma visita a velhos amigos, encerramos a etapa de intervenção nos olhinhos da Marina. 
  Até agora não há nenhum sinal de que possamos passar por algum novo susto.   Espero que continue assim!
  A quarta cirurgia (da laringe) vou falar noutro tópico. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Estimulação para seu bebê etapa por etapa

   Adorei as dicas de uma mamãe blogueira e divulgo. Não havia indicação da fonte, mas está bem de acordo com o material que tenho lido da evolução dos bebês.
    Então vamos garantir estimulação aos nossos bebês! 



A FALA
AS MÃOS
O CORPO
ETAPA I
5 dias a 2 meses      
• Acudir quando chora
• Satisfazer rapidamente suas necessidades
• Cantar para ele

• Dedo na mão
• Suspender a mão com o dedo índice
• Cócegas na palma da mão

• Beijá-lo
• Abraçá-lo
• Balançá-lo nos braços
• Acariciá-lo
• Massagear o corpo
• Conversar fazendo contato sobre a pele

ETAPA II
1 mês a 7 meses
• Acalmar o choro com as palavras
• Limpá-lo e alimentá-lo sempre que ele precise
• Responder suas palavras,seu "AGU"  (alegria), mimá-lo

• Jogos de dar e soltar
• Objetos caseiros que possam pegar (colher de pau, garrafa de plástico vazia, etc)
• Fantoche
• Fechar   as mãos dele com carinho

• Banho e brinquedos
• Massagem antes e depois do banho
• Cócegas
• Carícias
• Assoprar suavemente o seu corpo
ETAPA III
4 a 14 meses
• Colóquio: sons e palavras
• Repetição dos seus sons
• Alegria pelos seus sons
• Responder a seus sons

• Brinquedos flutuantes
• Brinquedos incitadores
• Brinquedos para tirar (que não machuquem)

• Bebê leva tudo à boca, descobre o tato
• Bonecos de goma ou plásticos
• Pelúcias
• Brinquedos de pano
• Colcha patchwork
• Objetos para cachorros
• Brinquedos rugosos, lisos, de várias texturas

ETAPA IV
6 a 24 meses
• Diálogo afetivo em seu vocabulário
• Perguntas breves: está bom?
• Responder as suas poucas palavras

• Brinquedos do tamanho de uma mão
• Cubos, recipientes, etc. Brincar de imitar: bater palminha, dar, etc.
• Colocar e tirar (pegar biscoitos)

• Brinquedos de três dimensões
• Cubos de empilhar
• Palmas e palmadinhas
• Controlar os objetos de casa, porque leva-se tudo para a boca
• Brinquedos flutuantes (diferentes texturas)

ETAPA V
9 a 36 meses
• Conversação
• Não corrigir defeitos
• Muitos temas breves.
• Responder (que?)
• Participação nos contos inventados
• Bonecos: diálogo afetivo

• Massinha
• Brinquedos grandes de encaixe
• Martelo de brinquedo
• Parquinho-areia-baldes para a água.
• Tabuleiro
• Comer e beber sozinho
• Instrumentos musicais

• Quebra-cabeças simples. Encaixes de forma geométrica
• Tabuleiro grande com marcadores
• Jogos com areia, barro e água
• Massinha (pressão)
• Jogos de ação ("Este saiu de passeio...")

ETAPA VI
18 a 72 meses
·   Conversação
·   Não cortar a imaginação
·   Cantar canções.
·   Canções inventadas
   Corrigir ignorando suas faltas
• Conceitos espaciais (Pegar isto e colocar em...)
• Tesoura, quebra-cabeça, encaixes
• Pintar.
• Massinha
• Moldes de areia, escavar terra
• Tabuleiro

• Jogo de conceitos: duro,suave, áspero, liso...
• Quebra-cabeça e jogos
• Jogo de encaixar
• Jogos de pinça
• Recortar e colar

A evolução dos bebês - aproveite as dicas de estimulação!


Foto: Marina fazendo estimulação motora,
com a fisioterapeuta Patrícia Filter, em 01.12.2010

  "Nas primeiras semanas de vida, o nenê já dá provas de que é mais esperto do que imaginamos. Fica todo contente quando a mamãe está por perto e chega a segui-la com os olhinhos, mesmo que só consiga enxergar alguns vultos. Ele nasce totalmente dependente, mas cada movimento que consegue fazer é um esforço e uma etapa vencida em direção à autonomia. Para avaliar esse desenvolvimento, os médicos utilizam parâmetros neuropsicomotores. No entanto, Mauro Muszkat, neuropediatra da Universidade Federal de São Paulo, lembra que cada criança tem seu ritmo. "As condições sociais da família, a influência dos irmãos, o estímulo recebido dos pais e a própria constituição individual da criança influenciam muito nessa evolução", explica Muszkat. Por isso mesmo não é preciso entrar em desespero se seu bebê ainda não engatinha ou não faz as mesmas coisas que o filho da vizinha da mesma idade. Por outro lado, é bom conhecer as fases do desenvolvimento dos pequenos determinadas pelos especialistas. "Esteja sempre atenta aos movimentos do nenê e relate ao pediatra qualquer anormalidade", alerta Luiz Celso Pereira Vilanova, professor adjunto do setor de Neurologia Infantil da Unifesp. Conheça as principais etapas do processo motor e as dicas para que você possa ajudar seu pequeno na medida certa.

    Abrir os olhos
   Desde que o bebê nasce, consegue levantar as pálpebras. Porém, a claridade ainda o incomoda (lembre que ele passou nove meses no escurinho do útero materno). Então pode levar alguns dias até que consiga permanecer com os olhos abertos. E mesmo assim ainda precisará vencer o soninho que o faz dormir umas 18 horas por dia. É bem comum vermos os recém- nascidos abrir um olhinho, fechá-lo e depois de algum tempo abrir o outro e fechá-lo em seguida também. Isso acontece porque ele ainda não coordena direito esse movimento. Mas no final da primeira semana a criança já consegue manter os olhinhos abertos por um pouco mais de tempo.
  Para estimulá-lo: coloque seu rosto bem próximo do campo de visão do nenê para que ele a focalize. Mantenha- se a uns 20 centímetros de distância e converse suavemente com ele.
Toda vez que a criança sorrir, converse com ela e demonstre que você também está feliz. Assim o nenê vai utilizar mais esse recurso para se comunicar

   Segurar o dedo do adulto com firmeza
Os pediatras chamam esse gesto de reflexo da preensão. Os dedos dos recém-nascidos se fecham instantaneamente quando a palma da mão deles é tocada por um dedo. O mesmo acontece com os dedos dos pés. Basta você encostar levemente na sola que os dedinhos se contraem. O reflexo de preensão geralmente termina por volta do quinto mês de vida.
   Para estimulá-lo: abra delicadamente os dedinhos das mãos, um a um, e massageie a sola do pé do pequenino para que ele comece a perceber as sensações nos membros inferiores e superiores.

   Sorrir para quem conhece
  O tão esperado sorrisinho ocorre com cerca de 1 mês e meio de vida. Você certamente saberá diferenciá-lo dos esboços anteriores, pois esse é pra valer. Os olhos do bebê se fixam na mamãe ou no papai, e pronto! Alguns chegam a mostrar a banguela. Depois que o nenê aprende a se expressar sorrindo, esse gesto vira sua marca registrada para demonstrar contentamento. E o pequenino pode até rir para qualquer um. Passado o segundo mês, ele se torna mais seletivo e sorri em geral apenas para quem conhece.
  Para estimulá-lo: toda vez que a criança sorrir, converse com ela e demonstre que você também está feliz. Dessa forma ela utilizará cada vez mais esse recurso para se comunicar.

   Sustentar o pescoço
   Entre o primeiro e o segundo mês, o pequeno já faz um esforço danado para tentar erguer a cabeça. Alguns chegam até a ficar coradinhos com o exercício. Não se assuste se você der os dedos para seu filho agarrar e ele resolver usá-los como barra de apoio para tentar levantar a cabeça.
   Para estimulá-lo: quando colocar o nenê no carrinho, incline um pouco o assento e converse bem próximo ao rosto dele de forma que o pequeno tente se aproximar de você.

    Agarrar objetos
  Por volta do final do segundo mês e começo do terceiro, o bebê une as habilidades anteriores para uma etapa importante de seu desenvolvimento: segurar objetos. Se um brinquedo de pano macio for colocado bem perto de suas mãozinhas, ele provavelmente irá olhá-lo por alguns segundos e, em seguida, agarrá-lo com firmeza. Como ainda não tem coordenação motora apurada, pode ser que deixe o objeto cair na primeira sacolejada que dê no objeto. Depois dessa experiência ele tentará agarrar tudo o que lhe parecer atraente e interessante.
   Para estimulá-lo: móbiles em cima do berço são uma festa para os pequenos, que se distraem tentando agarrar os bonecos. Dê vários bichinhos macios para que o nenê exercite a pegada e conheça outras texturas."



    Fonte: Patricia Boccia, Revista Meu Nenê, Vol 85.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Amamentação: um sonho possível


Foto: internet

   Ao menos em regra,todas nós, mulheres, recebemos a dádiva de poder amamentar nossos filhos.

   A ocitocina, hormônio que ajuda a contrair o útero logo após o nascimento, fazendo com que aquele órgão distendido retorne ao tamanho normal mais rapidamente, bem como prevenindo ou diminuindo o risco de hemorragia no pós-parto, é o principal responsável por nos fazer sentir calma, satisfação e alegria enquanto nutrimos o nosso bebê. Por isso a ocitocina é conhecida como o "hormônio do amor".

  Por outro lado, a prolactina é o hormônio que nos deixa mais "maternal," razão de ser conhecida de alguns especialistas  como o “hormônio materno”.

  Pois foi assim, transbordando de hormônios, que recebi Marina em meus braços, cheia de muito, muito, muito leite pra dar à minha nenê. O detalhe é que a Marina não veio pronta pra mamar!

  Do primeiro ao terceiro mês tentei diversas vezes, sem sinal de sucesso, fazer com que minha pitoquinha desenvolvesse a pega da mama. No quarto mês, após a cirurgia da laringe, pensei que talvez tivesse a chance de amamentar normalmente, já que as dificuldades teriam ido embora, e a partir dali teríamos uma fonoaudióloga auxiliando todo o processo de deglutição da pequena.

   De fato, a fono foi um sucesso pra Marina. Conseguiu aumentar o volume de leite consumido, diminuiu drasticamente o tempo das mamadas  (por conta da dificuldade de engolir ela demorava em torno de 1 hora ou mais pra terminar de mamar), mas não me prometeu nada quanto ao meu desejo de ver a Marina mamando no peito. Só me garantiu que como gesto de carinho era válido oferecer o seio materno.


  Portanto, se era certo que eu poderia oferecer o peito, não era certo que depois de tanto tempo oferecendo meu leite através de mamadeira a pequena conseguisse, ou quisesse, fazer o esforço de mamar "tradicionalmente", digamos assim.


  Mas o tempo foi passando, e após vários ajustes de bico (nossa fono tem uma "bicolândia" à tiracolo) e de consistência do leite (fomos espessando meu leite com Mucilon até achar a medida certa), a Marina ganhou peso e, sobretudo, força.


  Resultado: quando pensei que as facilidades da mamadeira renderiam a pequena e a afastariam do seio materno, tive a imensa felicidade de descobrir que ela não havia desistido de me ter pertinho dela em tão delicado e profundo ato de amor.


  Agora, com mais de 6 meses e mais de 6 quilos, finalmente posso dizer que Marina é amamentada pela mamãe coruja através do seio materno, e não por ordenha do meu leite naquela maquininha barulhenta!


  Tudo bem que até hoje minha máquina tira-leite ainda é uma facilidade sem fim, mas amamentar a própria filha no seio não tem preço!


  Por isso mamães, não desistam! Se o leite for pouco, se o bico não está formado, se os hormônios não ajudaram, não importa o motivo, seja persistente, ainda que seja necessário complementar a mamada na mamadeira, no intuito de concretizar este gesto de amor, tantas vezes quantas for possível.


  A Marina já come papinha salgada, papinha de frutas, mingau de leite com Mucilon, mama em mamadeira leite materno ou fórmula e, pelo menos uma vez por dia, fica pendurada nos seios da mãe coruja!

Marina conversando



   Depois de uma longa manhã repleta de atividades, a pitoquinha ficou cheia de assunto pra conversar. A tradução é a seguinte: 


   "Vimos muitas luzes hoje! Quis comer aqueles fiozinhos de luz que a tia Laura me entregou e adorei ver os brinquedos iluminados através do espelho. Mais divertido ainda foi ir até a loja repleta de coisas de criança, e depois mamar no peito da mamãe! Ah! O papai e a mamãe não compraram brinquedinho, mas ganhei uma mamadeira nova, porque to mamando muuuuito bem."