sábado, 11 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma coleção de cirurgias

Foto: Marina em procedimento cirúrgico, dia 22.09.2010

   Um é pouco, dois é bom, três é demais? Pra Marina, não mesmo. Foram 4 cirurgias até que terminássemos a maratona de procedimentos cirúrgicos.
  Dia 08 de setembro, já pertinho dos 4 meses, começamos pelo olhinho esquerdo. A solução para ela, em razão da catarata, era retirar o cristalino de ambos os olhos, porque estavam manchados e impediam a passagem de luz. 
  A idéia da cirurgia era a de liberar o campo visual, para que o cérebro,  responsável pelo armazenamento das imagens captadas pelo olho, fosse perfeitamente estimulado.
  Deu tudo certo, com alguma tensão minha e do pai dela por conta da aparência horrorosa que ficou em nossa amadinha. Imagina só olhar pra tua filha e ter a sensação de que ela foi esmurrada?
 Esperamos pacientemente por alguns dias até que passasse aquele vermelhão dentro do olhinho e o inchaço da pálpebra, torcendo pra que os medicamentos cumprissem o papel esperado, ou seja, controlar a inflamação e evitar a temida infecção.
 Com tudo certo, partimos para a cirurgia do olho direito, dia 22 de setembro (foto). Reprise daqueles dias preocupados, daquele inchaço que a gente só vê em olho de boxeador golpeado, daquela expectativa de que a Marina se recuperasse rápido.
 Mais uma vez, nossa pequena Marina mostrou a força que tinha. Com certeza  fui eu e o pai dela que sofremos mais, apavorados com todos os riscos que envolviam as cirurgias e o pós-cirúrgico. Ela, pelo contrário, sempre mantinha a carinha de paisagem...
 E depois de um mês, numa das consultas de revisão com a oftalmologista, nossa pequena Marina nos surpreendeu com algo que eu já não esperava mais: uma nova catarata. 
  Mas como? Depois de tanto tempo? Sim, era possível, e estava cotado dentre os riscos do pós-cirúrgico, que é conhecido no meio médico como catarata secundária (basicamente significa ter um nova mancha em outra parte do olho). No caso da Marina, a cápsula posterior do olho direito (a "bolsinha" que  deve guardar o cristalino) se amarrotou toda e por isso virou uma mancha no campo de visão. 
  Era dia 17 de novembro. A corajosa Marina foi-se mais uma vez para o bloco cirúrgico, mais fortinha que antes, porque já tinha 6 meses. Todos do hospital receberam-na carinhosamente, como se fosse uma velha conhecida. 
  E assim, como se a gente estivesse fazendo uma visita a velhos amigos, encerramos a etapa de intervenção nos olhinhos da Marina. 
  Até agora não há nenhum sinal de que possamos passar por algum novo susto.   Espero que continue assim!
  A quarta cirurgia (da laringe) vou falar noutro tópico. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Estimulação para seu bebê etapa por etapa

   Adorei as dicas de uma mamãe blogueira e divulgo. Não havia indicação da fonte, mas está bem de acordo com o material que tenho lido da evolução dos bebês.
    Então vamos garantir estimulação aos nossos bebês! 



A FALA
AS MÃOS
O CORPO
ETAPA I
5 dias a 2 meses      
• Acudir quando chora
• Satisfazer rapidamente suas necessidades
• Cantar para ele

• Dedo na mão
• Suspender a mão com o dedo índice
• Cócegas na palma da mão

• Beijá-lo
• Abraçá-lo
• Balançá-lo nos braços
• Acariciá-lo
• Massagear o corpo
• Conversar fazendo contato sobre a pele

ETAPA II
1 mês a 7 meses
• Acalmar o choro com as palavras
• Limpá-lo e alimentá-lo sempre que ele precise
• Responder suas palavras,seu "AGU"  (alegria), mimá-lo

• Jogos de dar e soltar
• Objetos caseiros que possam pegar (colher de pau, garrafa de plástico vazia, etc)
• Fantoche
• Fechar   as mãos dele com carinho

• Banho e brinquedos
• Massagem antes e depois do banho
• Cócegas
• Carícias
• Assoprar suavemente o seu corpo
ETAPA III
4 a 14 meses
• Colóquio: sons e palavras
• Repetição dos seus sons
• Alegria pelos seus sons
• Responder a seus sons

• Brinquedos flutuantes
• Brinquedos incitadores
• Brinquedos para tirar (que não machuquem)

• Bebê leva tudo à boca, descobre o tato
• Bonecos de goma ou plásticos
• Pelúcias
• Brinquedos de pano
• Colcha patchwork
• Objetos para cachorros
• Brinquedos rugosos, lisos, de várias texturas

ETAPA IV
6 a 24 meses
• Diálogo afetivo em seu vocabulário
• Perguntas breves: está bom?
• Responder as suas poucas palavras

• Brinquedos do tamanho de uma mão
• Cubos, recipientes, etc. Brincar de imitar: bater palminha, dar, etc.
• Colocar e tirar (pegar biscoitos)

• Brinquedos de três dimensões
• Cubos de empilhar
• Palmas e palmadinhas
• Controlar os objetos de casa, porque leva-se tudo para a boca
• Brinquedos flutuantes (diferentes texturas)

ETAPA V
9 a 36 meses
• Conversação
• Não corrigir defeitos
• Muitos temas breves.
• Responder (que?)
• Participação nos contos inventados
• Bonecos: diálogo afetivo

• Massinha
• Brinquedos grandes de encaixe
• Martelo de brinquedo
• Parquinho-areia-baldes para a água.
• Tabuleiro
• Comer e beber sozinho
• Instrumentos musicais

• Quebra-cabeças simples. Encaixes de forma geométrica
• Tabuleiro grande com marcadores
• Jogos com areia, barro e água
• Massinha (pressão)
• Jogos de ação ("Este saiu de passeio...")

ETAPA VI
18 a 72 meses
·   Conversação
·   Não cortar a imaginação
·   Cantar canções.
·   Canções inventadas
   Corrigir ignorando suas faltas
• Conceitos espaciais (Pegar isto e colocar em...)
• Tesoura, quebra-cabeça, encaixes
• Pintar.
• Massinha
• Moldes de areia, escavar terra
• Tabuleiro

• Jogo de conceitos: duro,suave, áspero, liso...
• Quebra-cabeça e jogos
• Jogo de encaixar
• Jogos de pinça
• Recortar e colar

A evolução dos bebês - aproveite as dicas de estimulação!


Foto: Marina fazendo estimulação motora,
com a fisioterapeuta Patrícia Filter, em 01.12.2010

  "Nas primeiras semanas de vida, o nenê já dá provas de que é mais esperto do que imaginamos. Fica todo contente quando a mamãe está por perto e chega a segui-la com os olhinhos, mesmo que só consiga enxergar alguns vultos. Ele nasce totalmente dependente, mas cada movimento que consegue fazer é um esforço e uma etapa vencida em direção à autonomia. Para avaliar esse desenvolvimento, os médicos utilizam parâmetros neuropsicomotores. No entanto, Mauro Muszkat, neuropediatra da Universidade Federal de São Paulo, lembra que cada criança tem seu ritmo. "As condições sociais da família, a influência dos irmãos, o estímulo recebido dos pais e a própria constituição individual da criança influenciam muito nessa evolução", explica Muszkat. Por isso mesmo não é preciso entrar em desespero se seu bebê ainda não engatinha ou não faz as mesmas coisas que o filho da vizinha da mesma idade. Por outro lado, é bom conhecer as fases do desenvolvimento dos pequenos determinadas pelos especialistas. "Esteja sempre atenta aos movimentos do nenê e relate ao pediatra qualquer anormalidade", alerta Luiz Celso Pereira Vilanova, professor adjunto do setor de Neurologia Infantil da Unifesp. Conheça as principais etapas do processo motor e as dicas para que você possa ajudar seu pequeno na medida certa.

    Abrir os olhos
   Desde que o bebê nasce, consegue levantar as pálpebras. Porém, a claridade ainda o incomoda (lembre que ele passou nove meses no escurinho do útero materno). Então pode levar alguns dias até que consiga permanecer com os olhos abertos. E mesmo assim ainda precisará vencer o soninho que o faz dormir umas 18 horas por dia. É bem comum vermos os recém- nascidos abrir um olhinho, fechá-lo e depois de algum tempo abrir o outro e fechá-lo em seguida também. Isso acontece porque ele ainda não coordena direito esse movimento. Mas no final da primeira semana a criança já consegue manter os olhinhos abertos por um pouco mais de tempo.
  Para estimulá-lo: coloque seu rosto bem próximo do campo de visão do nenê para que ele a focalize. Mantenha- se a uns 20 centímetros de distância e converse suavemente com ele.
Toda vez que a criança sorrir, converse com ela e demonstre que você também está feliz. Assim o nenê vai utilizar mais esse recurso para se comunicar

   Segurar o dedo do adulto com firmeza
Os pediatras chamam esse gesto de reflexo da preensão. Os dedos dos recém-nascidos se fecham instantaneamente quando a palma da mão deles é tocada por um dedo. O mesmo acontece com os dedos dos pés. Basta você encostar levemente na sola que os dedinhos se contraem. O reflexo de preensão geralmente termina por volta do quinto mês de vida.
   Para estimulá-lo: abra delicadamente os dedinhos das mãos, um a um, e massageie a sola do pé do pequenino para que ele comece a perceber as sensações nos membros inferiores e superiores.

   Sorrir para quem conhece
  O tão esperado sorrisinho ocorre com cerca de 1 mês e meio de vida. Você certamente saberá diferenciá-lo dos esboços anteriores, pois esse é pra valer. Os olhos do bebê se fixam na mamãe ou no papai, e pronto! Alguns chegam a mostrar a banguela. Depois que o nenê aprende a se expressar sorrindo, esse gesto vira sua marca registrada para demonstrar contentamento. E o pequenino pode até rir para qualquer um. Passado o segundo mês, ele se torna mais seletivo e sorri em geral apenas para quem conhece.
  Para estimulá-lo: toda vez que a criança sorrir, converse com ela e demonstre que você também está feliz. Dessa forma ela utilizará cada vez mais esse recurso para se comunicar.

   Sustentar o pescoço
   Entre o primeiro e o segundo mês, o pequeno já faz um esforço danado para tentar erguer a cabeça. Alguns chegam até a ficar coradinhos com o exercício. Não se assuste se você der os dedos para seu filho agarrar e ele resolver usá-los como barra de apoio para tentar levantar a cabeça.
   Para estimulá-lo: quando colocar o nenê no carrinho, incline um pouco o assento e converse bem próximo ao rosto dele de forma que o pequeno tente se aproximar de você.

    Agarrar objetos
  Por volta do final do segundo mês e começo do terceiro, o bebê une as habilidades anteriores para uma etapa importante de seu desenvolvimento: segurar objetos. Se um brinquedo de pano macio for colocado bem perto de suas mãozinhas, ele provavelmente irá olhá-lo por alguns segundos e, em seguida, agarrá-lo com firmeza. Como ainda não tem coordenação motora apurada, pode ser que deixe o objeto cair na primeira sacolejada que dê no objeto. Depois dessa experiência ele tentará agarrar tudo o que lhe parecer atraente e interessante.
   Para estimulá-lo: móbiles em cima do berço são uma festa para os pequenos, que se distraem tentando agarrar os bonecos. Dê vários bichinhos macios para que o nenê exercite a pegada e conheça outras texturas."



    Fonte: Patricia Boccia, Revista Meu Nenê, Vol 85.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Amamentação: um sonho possível


Foto: internet

   Ao menos em regra,todas nós, mulheres, recebemos a dádiva de poder amamentar nossos filhos.

   A ocitocina, hormônio que ajuda a contrair o útero logo após o nascimento, fazendo com que aquele órgão distendido retorne ao tamanho normal mais rapidamente, bem como prevenindo ou diminuindo o risco de hemorragia no pós-parto, é o principal responsável por nos fazer sentir calma, satisfação e alegria enquanto nutrimos o nosso bebê. Por isso a ocitocina é conhecida como o "hormônio do amor".

  Por outro lado, a prolactina é o hormônio que nos deixa mais "maternal," razão de ser conhecida de alguns especialistas  como o “hormônio materno”.

  Pois foi assim, transbordando de hormônios, que recebi Marina em meus braços, cheia de muito, muito, muito leite pra dar à minha nenê. O detalhe é que a Marina não veio pronta pra mamar!

  Do primeiro ao terceiro mês tentei diversas vezes, sem sinal de sucesso, fazer com que minha pitoquinha desenvolvesse a pega da mama. No quarto mês, após a cirurgia da laringe, pensei que talvez tivesse a chance de amamentar normalmente, já que as dificuldades teriam ido embora, e a partir dali teríamos uma fonoaudióloga auxiliando todo o processo de deglutição da pequena.

   De fato, a fono foi um sucesso pra Marina. Conseguiu aumentar o volume de leite consumido, diminuiu drasticamente o tempo das mamadas  (por conta da dificuldade de engolir ela demorava em torno de 1 hora ou mais pra terminar de mamar), mas não me prometeu nada quanto ao meu desejo de ver a Marina mamando no peito. Só me garantiu que como gesto de carinho era válido oferecer o seio materno.


  Portanto, se era certo que eu poderia oferecer o peito, não era certo que depois de tanto tempo oferecendo meu leite através de mamadeira a pequena conseguisse, ou quisesse, fazer o esforço de mamar "tradicionalmente", digamos assim.


  Mas o tempo foi passando, e após vários ajustes de bico (nossa fono tem uma "bicolândia" à tiracolo) e de consistência do leite (fomos espessando meu leite com Mucilon até achar a medida certa), a Marina ganhou peso e, sobretudo, força.


  Resultado: quando pensei que as facilidades da mamadeira renderiam a pequena e a afastariam do seio materno, tive a imensa felicidade de descobrir que ela não havia desistido de me ter pertinho dela em tão delicado e profundo ato de amor.


  Agora, com mais de 6 meses e mais de 6 quilos, finalmente posso dizer que Marina é amamentada pela mamãe coruja através do seio materno, e não por ordenha do meu leite naquela maquininha barulhenta!


  Tudo bem que até hoje minha máquina tira-leite ainda é uma facilidade sem fim, mas amamentar a própria filha no seio não tem preço!


  Por isso mamães, não desistam! Se o leite for pouco, se o bico não está formado, se os hormônios não ajudaram, não importa o motivo, seja persistente, ainda que seja necessário complementar a mamada na mamadeira, no intuito de concretizar este gesto de amor, tantas vezes quantas for possível.


  A Marina já come papinha salgada, papinha de frutas, mingau de leite com Mucilon, mama em mamadeira leite materno ou fórmula e, pelo menos uma vez por dia, fica pendurada nos seios da mãe coruja!

Marina conversando



   Depois de uma longa manhã repleta de atividades, a pitoquinha ficou cheia de assunto pra conversar. A tradução é a seguinte: 


   "Vimos muitas luzes hoje! Quis comer aqueles fiozinhos de luz que a tia Laura me entregou e adorei ver os brinquedos iluminados através do espelho. Mais divertido ainda foi ir até a loja repleta de coisas de criança, e depois mamar no peito da mamãe! Ah! O papai e a mamãe não compraram brinquedinho, mas ganhei uma mamadeira nova, porque to mamando muuuuito bem."

domingo, 28 de novembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Desordem genética. Pára que eu quero sair!

Foto: Mamãe coruja e corujinha. Maio/2010

  Se tem uma palavra que eu devo admitir que embrulha meu estômago, tinge os meus olhos de um intenso vermelho e inunda meu coração de lágrimas é a tormentosa palavra "raro", dita por um médico, claro.

  Fosse um artista se referindo a uma obra, maravilha. Fosse um jornalista comentando um furo de reportagem, sucesso. Fosse uma crítica de cinema a respeito de um filme recém lançado, enfrentaria fila brincando. Mas médico olhando pra mim e me explicando que minha filha tem um raro problema, é de torturar a alma com requinte.

 Ouvi a primeira vez quando tive minha primeira filha, Isadora, que viveu por apenas 2 dias dentro de uma UTI, prematura de 26 semanas, com diagnóstico grave por conta da prematuridade: doença da membrana hialina. De brinde, veio uma explicação do raro problema que piorava tudo: uma infecção neonatal.

 Levei meses e meses pra entender aquele tornado que passara por mim do dia do nascimento ao óbito da minha filha. Ainda nocauteada, tive que me despedir dela antes que a oportunidade desaparecesse diante de mim. E assim, sem vida, despedi-me da pequena enferma em meus braços, cantarolando em mente (porque a dor assaltara minha voz à queima-roupa) uma música que repeti centenas de vezes enquanto a acariei dentro de minha barriga: "Leve na lembrança, a singela melodia que eu fiz...pra ti...ó bem amada...".Certamente ela me ouviu...

 Achei que já tinha conhecido raridade mais que rara quando vivi o luto da pequena Isadora. Engano meu...

  Antes que a Marina viesse aos meus braços, em maio de 2010 começava uma nova, inesperada e fatigante pesquisa por um raro diagnóstico, já que ela nascera com suspeita de malformação nos olhos e outras coisas associadas que nem vale a pena lembrar detalhes. 

  Mas explico, e não é difícil de entender. A Marina tinha alguma coisa errada nos olhos, o que só ficou desvendado após o teste do olhinho, mais exames complementares para afastar outras malformações.

  Além disso, por dias e dias ela permaneceu muito molinha (hipotônica), o que conduzia a um possível sintoma dentro do quebra-cabeças de impressões diagnósticas. E para piorar, todas as causas comuns para a catarata ou glaucoma (suspeita inicial), foram descartadas.

 Sobrava pensar em uma desordem genética que afetasse principalmente os olhos e, colateralmente, o sistema nervoso central e o tônus muscular.

 Evidentemente eu quis sair correndo e gritando de dentro da UTI em DI-VER-SAS oportunidades, nos mais variados graus de histeria, mas não dava pra fugir dali. Minha filha precisava de mim, eu precisava ser forte, e minha dor que se virasse pra lá, que a hora era de pensar e determinar estratégias para vencer aquela etapa de indefinições.

 Em 50 dias de internação da Marina, corremos atrás de consultoria em oftalmologia, em genética, em neurologia... Fizemos dezenas de exames, inclusive genéticos, mas nada além da catarata nos dois olhos foi possível assegurar como definitivo.

  As principais suspeitas se foram como o vento. Os principais exames de encéfalo e órgãos internos foram todos normais. Exames genéticos, idem. Então só restava sair do hospital para cuidar dos olhos da pequena e da difculdade de deglutir que ela tinha desde a primeira tentativa de mamar.

  Foi assim, aliviada e exausta, que em 29 de junho de 2010 saí com Marina e meu marido da UTI Neonatal, após 50 dias de altos e baixos emocionais ao lado de nossa amada Marina.

  Mas, como bem sabíamos, a maratona estava só começando...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Uma fábula em tecidos coloridos



   Uma mãe coruja não poderia deixar de notar o rico trabalho de outra mamãe coruja, por isso faço questão de rechear o espaço desta mamãe e da filha corujinha com as coloridas corujas de Ana Matusita, que em seu blog traz  a doce recordação da fábula "A Coruja e a Águia" e, de quebra, ainda divide  detalhes divertidos da experiência de ter sido mamãe de prematuros.

domingo, 21 de novembro de 2010

Período crítico do desenvolvimento visual

Foto: internet
   "A visão se desenvolve 90% durante os dois primeiros anos de vida. Portanto, é durante esta fase que a criança aprende a fixar, a movimentar os olhos de maneira conjunta, a perceber profundidade. 
   Toda e qualquer alteração durante esta fase que não tenha sido corrigida pode acarretar prejuízos na visão para o resto da vida. Além disso, o desenvolvimento motor da criança durante o primeiro ano de vida é diretamente relacionado a sua capacidade visual. O que muitas vezes parece ser um atraso de desenvolvimento pode, na verdade, ser deficiência visual, facilmente diagnosticada e, na maioria das vezes, tratada. Os outros 10% do desenvolvimento visual ocorrem até 7-9 anos de idade.
   A cegueira infantil - Oitenta por cento da cegueira mundial poderia ser evitada, sendo 60% curável e 20% preveníveis. Estima-se que existam 400 000 crianças cegas no mundo, sendo que 94% delas encontram-se nos “países em desenvolvimento”. Aproximadamente, uma criança fica cega a cada minuto no planeta. Devido à alta expectativa de vida de uma criança cega, atualmente, a cegueira infantil é responsável por 30% do total de gastos com cegueira no mundo. No Brasil, estima-se que existam entre 25000 a 30000 crianças cegas, aproximadamente 150 a 180 crianças cegas para cada milhão de habitantes, e 600 a 720 crianças com visão subnormal para cada milhão de habitantes.
   Na maioria dos serviços de neonatologia do país, os olhos dos recém-nascidos ainda não são adequadamente examinados. Como resultado, mais de 50% dos recém-nascidos só tem a alteração descoberta quando estão cegos ou quase cegos. O retinoblastoma, tumor maligno que tem o pico de incidência em torno de 18 meses de idade, no Brasil é diagnosticado tardiamente em 60% dos casos, quando já não é possível salvar o olho e/ou a vida da criança.Ler mais AQUI

Doenças oculares mais comuns na infância

Foto: Marina "zoião". Novembro/2010

Quais são as alterações oculares mais comuns na primeira infância? Vejamos a seguir:


"Catarata Congênita
A catarata caracteriza-se pela opacificação do cristalino, o que limita a captação de luz pelos olhos e diminui a visão. É uma doença que pode surgir logo no nascimento, por diversos motivos: infecções (rubéola, toxoplasmose, citomegalovirus, entre outras), hereditariedade ou erros metabólicos e a principal característica são as pupilas esbranquiçadas.

Glaucoma Congênito
O glaucoma congênito é caracterizado pela má formação no sistema de drenagem do humor aquoso que ocorre em recém nascidos e crianças. A criança apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade, perda do brilho da região da íris – que passa a aparentar uma coloração mais azulada e opaca - e aumento do volume do globo ocular.

Retinopatia da Prematuridade
É o crescimento desorganizado dos vasos sangüíneos que suprem a retina (camada mais interna do globo dos olhos) do bebê. Esses vasos podem sangrar e, em casos mais sérios, a retina pode descolar e ocasionar a perda da visão. Quanto mais prematuro e menor peso, maior é a possibilidade de surgir alterações na retina que implicam na doença. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica estabeleceu, inclusive, que “todo recém-nascido prematuro com peso menor de 1500g e/ou com idade gestacional menor de 32 semanas, deverá ser encaminhado ao oftalmologista, com um mês de vida”.

Retinoblastoma
É um tumor ocular que atinge a retina. O retinoblastoma é bastante agressivo e pode invadir o nervo óptico e o sistema nervoso central – nesses casos, fatal. Pode também originar tumores secundários em outras partes do organismo. Cerca de 10% dos casos são hereditários e crianças com até 2 anos e meio são as mais atingidas pela doença. E é fundamental diagnosticá-lo o quanto antes por meio do Teste do Olhinho logo após o nascimento ou durante avaliação oftalmológica periódica na infância." Ler mais AQUI


Teste do Olhinho. Fique de olho!

Foto: Marina "Minnie". Setembro/2010

SAÚDE OCULAR – IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO A CEGUEIRA INFANTIL.
"Estima-se que haja no mundo cerca de 1,5 milhão de crianças cegas, e destas aproximadamente 100 mil estão na América Latina. A magnitude do problema é considerada pelo número de crianças cegas x expectativa de vida (1,5 milhão de crianças cegas x 50 anos de expectativa de vida = 75 milhões de anos de cegueira). A cegueira na criança torna-se então uma das prioridades do Programa Visão 2020, uma iniciativa global da Organização Mundial de Saúde (OMS)  e Agência Internacional de Prevenção à Cegueira que tem como objetivo a erradicação da cegueira prevenível e tratável do mundo que corresponde a 60% dos casos.  
O Brasil está inserido neste programa e em todos os estados há desenvolvimento de ações para a Prevenção da Cegueira com apoio da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) e Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedades Regionais Filiadas.
A Visão é o mais importante órgão sensorial para o desenvolvimento global da criança, visto que 80% das informações que chegam ao cérebro são através da visão.
            Um atraso no diagnóstico e no encaminhamento precoce ocasiona danos importantes no desenvolvimento visual e global da criança. Por isso, é fundamental a realização do TESTE DO REFLEXO VERMELHO em todas as Crianças." Ler mais AQUI

A Marina nasceu!

Foto: Marina 100% rugas, primeiros dias de vida/2010
    Assim que eu voltei pra casa, dia 1º de maio, acreditei que minha filhota estava mais tranquila para esperar até os 09 meses. Que nada...mal completei 10 dias em casa e ela resolveu que não esperaria mais. Dia 11 de maio de 2010, veio ao mundo minha corujinha, com 32 semanas completas, toda enrugada, descabelada e magra (a foto não deixa dúvidas!), mas sem dificuldades respiratórias, nem qualquer alteração das funções vitais. O problema que encontramos foi nos olhinhos, que estavam muito embaçados para o esperado. Foi aí que o teste do olhinho fez a grande mudança em nossas vidas. Falo melhor disso em outro tópico.

Como tudo (quase...) começou

Foto: Mamãe coruja e Marina escondida na "bolha", em janeiro/2010
  Minha pequena Marina ficou calminha dentro da mamãe coruja por 05 meses apenas. Pois mal completadas 26 semanas, aos 06 meses, ela resolveu pedir pra sair...Resultado: ficamos internadas eu e ela sob observação constante de equipe médica obstétrica, por 05 semanas inteiras.
  Ela estava crescendo normalmente, mas em função das contrações fora de hora, meu obstetra prescreveu medicamento para amadurecer os pulmões da pequena, que àquela altura tinha pouco mais de 1kg, ou perto disso (vou rever a ecografia que fizemos pra lembrar).
  Se conseguíssemos controlar as contrações, perfeito! Mas se não desse pra conter a força já desenhada naquele minúsculo ser, a Marina teria menos riscos   ligados à prematuridade. Foi assim que chegamos ao dia da alta, em 01 de maio de 2010, eu com 31 semanas de gestação, e a Marina com tudo pronto pra nascer. Torcida de todo mundo pra chegar aos 09 meses. Vamos ver se é possível!

Depois de 06 meses, olha eu aqui!

  
Foto: Marina "biscoito". Ensaio fotógrafico de outubro/2010

       A Marina prometeu aparecer (já era hora mesmo), então a mamãe coruja finalmente parou em frente ao micro para dar à luz o blog em que o assunto mais badalado é a vida deste pingo de gente. Como tudo começou, quais foram as idas e vindas da pequena, o dia-a-dia ao lado da mamãe coruja, e especialmente a história dos olhos da corujinha, serão abordados nas próximas postagens.